quinta-feira, abril 08, 2010

Cartas a M. - II carta

05.04.2010



Querida M.,


A tua mãe está magra e cansada e eu levei-lhe flores amarelas do Lidl.

Vinha tarde do trabalho e o Lidl estava aberto. Agarrei nas primeiras flores que encontrei, pensei que devia trazê-las todas para a tua mãe ter um quarto feito de flores, estilo rainha.



Ela gostou. Tu gostaste.

Entrei pelo portão de ferro e um enfermeiro jovem indicou-me o quarto certo. E ficámos lá as três, sem perder o ritmo de uma conversa que se fez doce de saudades. Falámos do dia do teu casamento, como estavas bonita - eu fui a primeira a chegar para te abraçar- como o Alentejo te deu um tempo feliz e foi tudo tão perfeito. E ali éramos nós: 3 mulheres de idades diferentes a falar do mundo, da vida, de como a tua mãe vai regressar rapidamente a casa. Casa. Notei que ela quer muito ir para casa.
O teu irmão vem de manhã, o teu pai à tarde, tu à noite. E ela está farta de vos ver dormir no sofá.
Dizes em cada 2 minutos que isto vai acabar rápido, que ela vai ficar só uma semana e depois fica boa e vai para casa. Eu sei que sim.
Eu sei que sim.

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