Querida M,.
Hoje a B. acordou-me com sms´s e eu disse-lhe que nos reuniríamos as 3 em breve.
Sábado estivemos juntas na mesa da tua cozinha, a expiar memórias sensíveis, a beber e a recordar a tua mãe. A carta que ela vos escreveu deu-lhe a paz que precisava para morrer e a vocês, matou-vos um bocadinho. Mata-vos sempre que a lêem.
Eu própria pedi mais vinho quando me estendeste o texto para as mãos porque não sabia – nem sei- como sobreviver a uma carta dessas. A tua mãe falava da felicidade com que tinha vivido: o nascimento dos filhos foi eleito o momento mais marcante e eu senti tanta pena de ti por teres ficado sem ela.
E a B. é mais forte do que nós. Ela não chorou.
Sei que gosto da ideia de esticar as pernas nas cadeiras da tua cozinha, ouvir-vos rir.
Acho que deves guardar essa carta muito bem guardada e um dia longe destes, deves mostrá-la aos teus filhos.
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