Querida M.,
Estas cartas, um dia,acabarão.
Talvez não os nossos encontros na tua cozinha, nem as nossas saudades, nem a memória que fica do tempo que jogávamos ao elástico as duas
(eu, sempre tão descoordenada a tentar ser esguia e perfeita como as meninas que jogavam connosco, a tua mãe)
no ATL lá do sítio.
Estou a planear-te uma festa-de-anos-supresa. Daquelas que tu finges que não sabias e nós fingimos que tu não descobriste. Vou ter a cumplicidade do teu marido e dos nossos amigos. Tenho esperança, tenho uma enorme esperança que nesse sábado à tarde tenhas um minuto de distracção: uma quase-quase-quase alegria. Que no fim, pelo menos, possas sentir-te menos sozinha e um bocadinho mais feliz. Precisamos tanto de ser felizes, M. Precisamos, mesmo.
Sem comentários:
Enviar um comentário