quarta-feira, julho 28, 2010

Cartas a M. - XIV carta

Querida M.,

Estas cartas, um dia,acabarão.
Talvez não os nossos encontros na tua cozinha, nem as nossas saudades, nem a memória que fica do tempo que jogávamos ao elástico as duas
(eu, sempre tão descoordenada a tentar ser esguia e perfeita como as meninas que jogavam connosco, a tua mãe)

no ATL lá do sítio.



Estou a planear-te uma festa-de-anos-supresa. Daquelas que tu finges que não sabias e nós fingimos que tu não descobriste. Vou ter a cumplicidade do teu marido e dos nossos amigos. Tenho esperança, tenho uma enorme esperança que nesse sábado à tarde tenhas um minuto de distracção: uma quase-quase-quase alegria. Que no fim, pelo menos, possas sentir-te menos sozinha e um bocadinho mais feliz. Precisamos tanto de ser felizes, M. Precisamos, mesmo.

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