segunda-feira, outubro 25, 2004

Where to begin

(...This is a recording machine...
everything you´ll say here
can , and will be use against you in a court of law…

…This is a recording machine
Please leave your stupid message
And try not to take more than five seconds…

This is still a f**** recording machine
Speak only when the music is over (…)

As we speak, estás em Inglaterra e eu aqui.
A peça em palco e tu não vais estar no primeiro banco. Estás longe, num longe feito de chuva e de temperaturas baixas.

Sei que não voltas e me esperas.

Não sei se arranjaste casa, não sei se as pessoas te olham de lado, não sei se retribuis o olhar com aquele teu narizinho empinado que diz que tu não tens medo de nada e que mordes.
Não faço ideia se continuas com os teus poshismos, se mantens aquela forma de falar tão tua
- gesticulando mãos em acompanhamente simétrico com aquilo que te vai sair das cordas vocais
toda a forma como tocas os outros com estórias tuas: vivências que soubeste passar e que, inequivocamente, te tornaram um ser humano terrivelmente especial.

E eu tenho muitas saudades tuas.

Contabilizar tudo num somatório estranho e lembrar-me que sobra muito pouco para além duma secretaria grande, um computador, um quarto com roupa espalhada por todo o lado, maquilhagens, brincos, cds, livros, malas e sapatos, botas e sandálias, uma cama desfeita e fotos com olhinhos felizes que me pedem que fique.


Queria dizer-te que aprendi a fazer malas em cinco minutos: que aprendi a resumir afectos, aprendi que tenho um dedo certeiro para escolher amigas cabras, aprendi que não sou um ás em relações interpessoais; aprendi que preciso de poucas pessoas , quase como tu
- e tu nunca precisas de ninguém, sweet friend, tu nunca precisas de ninguém e eu sempre quis ser assim.

Espero o mail prometido em cada dia que passa
Um mail teu que te diga vivo, e me chame, ainda que eu não vá.


3 comentários:

Anónimo disse...

Eu não sonhei qdo, há uns dias, vi aqui o anúncio da morte da autora deste blog, pois não?

kanuthya disse...

folha de bissapa,
as putas das saudades ficam sempre, no entanto em memória das tuas origens quentes, veste branco e pesquisa o teu amigo agora viajante do outro lado, que só se vê com olhares mais eterizados

Anónimo disse...

Espero pela peça depois de ler o blog.
Acho fantástica a ideia de te tornares uma pseudo-encenadora-actriz :)

Miúda, quem é que te vai parar?

Lua