- em sentido, cima das gengivas
e voltar atrás no tempo e lembrar-me que fomos já um cão na estrada, que tivemos reencontros com a poesia do amor.
Que te bati, que passámos horas a fio a falar ou a rir com os pés em cima dos estofos do teu carrinho precioso, horas e horas de sexo frenético onde o único objectivo estéril era o amor incondicional pelo corpo do outro, pelo prazer do outro, pelo som da felicidade do outro: mas que também voltámos aos gritos, ao desespero da almofada, ao tirem-me-disto-porque-doi-demasiado-e-ninguém-me-dá-uma-puta-duma-anestesia.
E eu sou a cinderela e isso muda qualquer visão triste da sombra dos dias.
Disseste isto a dormir na minha cama, no meu quartocastelo, quando tentei sacar-te informação da forma mais desonesta possível: enquanto dormias.
Falas a dormir. É fácil manipular-te no sono.
E pergunto-te no meio do monólogo que estavas a ter:
Tu : As pessoas são todas personagens.
Eu: são? Eu também? Que tipo de personagem eu sou?
Tu, numa inocência translúcida, eu na minha ansiedade perversa, pronta a acordar-te histérica após uma resposta tua que te apanhasse em falso na pureza do sono, dizes, baixo , a olhar para mim de olhos fechados
- tu és a Cinderela.
Uma frase destas, retirada da inocência dum sono, é garante de segurança a qualquer pessoa normal.
Para qualquer pessoa. Qualquer uma.
Resumo-nos carinhosamente ás montanhas russas chinesas: tocamos as nuvens, não temos cinto e o looping seguinte pode sempre matar-nos.
Morro de medo do dia em que te fartes e peças tranquilamente para sair.
2 comentários:
welcome back :P, keep on writing! \o/
Parabéns pelo teu Blog; tens muito jeito para a escrita e sabes manter as pessoas cativadas.
Http://dakshinamurti.tripod.com/sabonetemoral
Um beijo e força sempre.
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